quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Cavalo e a história da humanidade

De Alexandre, o Grande a Gengis Khan. Da Ásia à Europa e depois aos outros continentes. Dos Romanos a Pizarro, que conquistou o Império Inca utilizando apenas 30 cavalos, a conclusão que chegamos é que o cavalo era um animal caro, símbolo de status e há milênios faz parte de nosso imaginário.

Wild Spanish Mustang Stallions © Tim Davis/Corbis Mustangs selvagens © Tim Davis/Corbis

Até o final do século XIX, o meio de transporte mais eficiente para um indivíduo era o cavalo. Havia, é claro, os barcos e os trens, mas não eram tão bons para subir montanhas e trilhar caminhos. Antes do trem, veio o cavalo.

Esse animal não era originário do continente americano, mas foi o responsável pela conquista do mesmo desde a chegada dos espanhóis. Os nativos, ao se depararem com um cavalo, corriam assustados e durante as batalhas preferiam alvejar o animal em vez do homem que estava sobre ele. Há relatos, colhidos em fontes históricas, nos quais os cv01indígenas imaginavam que homem e cavalo fossem um mesmo ser. Quanto ao velho oeste, não é nem preciso falar muita coisa. Os filmes estão aí mesmo para nos mostrar como foi a “Marcha Para o Oeste”.

A importância do cavalo foi tanta para a humanidade que as elites, como por exemplo a romana, se distinguiam da plebe por terem cavalos. E, na Idade Média, o imaginário foi moldado tendo por base o ideal de cavalaria; daí, advindo o sentido de nobreza, cavalheirismo, honradez, coragem, masculinidade, etc.. Até hoje, o cavalo é símbolo de status. Ferrari sem aquele cavalinho não é uma Ferrari. Exército sem uma cavalaria não é um exército completo. A tecnologia fez com que os cavalos fossem substituídos por veículos que recebem a denominação Cavalaria motorizada. Durante a Guerra do Vietnã, os EUA utilizaram helicópteros na chamada Cavalaria aérea. A potência dos motores a combustão, é medida cv02em HP, ou seja, horse- power, isto é, a relação entre massa X distância, relativas ao esforço desprendido por um cavalo.

É interessante notar, assim com para vários dos animais domésticos, que não se sabe ao certo quando e onde a domesticação desses animais teve início. O certo é que, muito provavelmente, tenha começado, no caso das bestas de carga – e também ruminantes, caprinos, ovinos, galináceos e suínos–; quando da formação dos primeiros agrupamentos sedentários que, posteriormente formariam as civilizações baseadas na agricultura. O caso dos caninos é um pouco diferente. A relação humana com esses animais remonta ao tempo das cavernas quando lobos passaram a ser alimentados com restos das refeições de nossos antepassados.

Recentemente, um grupo de pesquisadores formados por cientistas alemães, norte-americanos e espanhóis, pertencentes a instituições científicas como o Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, Instituto Leibniz de Pesquisa da Vida Selvagem entre outras, parece ter descoberto quando e onde exatamente começou a domesticação dos cavalos. Concluíram que tudo aconteceu por volta de 3 mil a.C., nas estepes do Ponto-Caspian, no Leste europeu entre a Rússia, o Cazaquistão, a Ucrânia e a Romênia.

A percepção da domestidinocavalo ₢ Atlas Virtual da Pré-Históriacação se deu por um item de vestuário utilizado pelos humanos da época, uma espécie de capa feita de pele de cavalo. Os cientistas identificaram várias gradações pictóricas (cor) com o passar do tempo entre o Pleistoceno e a Idade Média. Ao analisarem o DNA contido nessas peças de vestuário, verificaram que os antigos agricultores utilizaram a técnica de reprodução seletiva nos cavalos. Houve uma rápida alteração nos padrões de coloração das vestimentas e isso é indicador de uma possível domesticação.

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